segunda-feira, 28 de dezembro de 2015


Diário do Branco ao Cinza - Infância Roubada


Essa poderia ser uma história de amor daquelas onde o herói salva a mocinha e eles vivem felizes para sempre, mas não.

Essa é uma história de descobertas, dos caminhos da força, mas se engana quem acha que não exista sentimentos nos caminhos da força, afinal eu tenho muitos sentimentos dentro de mim, sofrimento, ódio, raiva … medo.

Mais um dia se inicia, esse calor maldito que nunca acaba, por que esse lugar tem sempre que ser tão quente?

Meu nome é Sabraane , sou uma Zabrakiana, uma raça do planeta Iridônia, eu não sei muito sobre esse lugar ou sobre a minha raça, afinal de contas fui abandonada nessa merda de planeta quando era pequena, tudo que sei é que minha raça possui uma aparência peculiar com olhos amarelados e chifres sobre a cabeça.

Sempre fui tratada por "monstro" por todos aqueles que me rodeiam, o que é muito irônico já que as pessoas aqui possuem as mais variadas fisiologias e anatomias vistas, mesmo assim elas procuram esquivar de mim e até mesmo evitar falar comigo, escuto os sussurros deles dizendo: Monstro, aberração... "
   
É.... minha infância não foi nada fácil, as crianças não queriam brincar comigo e quando faziam eu sempre era feita de boba. Lembro-me que uma vez as crianças me chamaram para brincar de esconder, uma brincadeira boba de criança onde as crianças se escondem e um procura, se encontrar todos você ganhou, coisa fácil e aparentemente divertida.

Eu encontrei o que parecia ser um bom esconderijo , me encolhi e fiquei o mais quieta possível esperando o sinal para sair e ganhar a brincadeira, mas eu fiquei ali por horas não ouvia nada , nem se quer um sinal de vida ,o tempo passou e eu adormeci , acorde sentindo um frio imenso no ar foi então que eu percebi que ninguém viria atrás de mim  , não havia ninguém que se importasse , e mais uma vez eu senti aquele vazio dentro de mim , aquele sentimento horrível que fazia meu peito doer e que eu sentia dia após dia e então mais uma vez eu chorei sozinha encolhida no escuro .

No dia seguinte as crianças caçoavam de mim.

-Olha lá a mostrenga, ela saiu da toca dela. – Risos - Devíamos chamar ela para brincar, assim poderíamos enganar ela de novo e ficaríamos um dia inteiro sem ver aquela cara horrenda.

Sinceramente ouvir isso de um Ithoriano estraga definitivamente o seu dia. E quanto mais elas falavam mais eu sentia aquela dor no peito crescendo , aquele vazio queimando dentro de mim, eu me virei para elas e era como seu eu sentisse cada um deles , eu queria esmaga-los , mata-los , foi quando aconteceu pela primeira vez , eu olhei para Barsi aquela maldita , ela não perdia uma oportunidade de me maltratar eu sentia tanto ódio dela, foi então que ela começou a  engasgar com algo , ela levou as mãos até a garganta como se estivesse sufocando, seus olhos arregalaram ela se debatia tentando chamar os amigos , mas todos estavam ocupados demais olhando para mim e me insultando , mas eu não ouvia nada daquilo , eu apenas sentia o pescoço dela sendo esmagado , a vida deixando seu corpo , o desespero em seus olhos...aquilo foi MARAVILHOSO.

- Ei! Vocês não deveriam falar assim da Sabraane, olhe só para vocês.

Aquela voz me tirou a concentração, era ele Zaraki, a simples presença dele fez todo aquele turbilhão de emoções dentro de mim acalmar, ele tinha esse poder.

-Você está bem?

Eu apenas acento com a cabeça.

- Você não deveria se importar com àquelas crianças. - Sua mão toca meu ombro, eu paraliso e mergulho no infinito de seus olhos.

- Monstroooooo !!!

Fui arrancada mais uma vez desse transe de paz, parece que a garota não gostou do que aconteceu com ela.

-Sua Monstra, você tentou me matar!

Ela partiu em fúria para cima de mim, nos engalfinhamos no chão entre tapas, arranhões e puxões de cabelo. 

Fomos separadas, eu podia sentir o ódio e a vergonha tomando conta de mim, Zaraki me olhava pasmo. Fui levada por meu superior até seus aposentos e lá fui severamente punida por ter agredido a filha de um dos senhores.

Sim, eu era uma escrava, entre muitos que serviam aos nobres desse planeta, eu servia em troca de um teto e um prato de comida e quem sabe um dia uma oportunidade de voltar ao meu planeta encontrar meus país e poder fazer eles sofrerem tanto quanto eu sofri abandonada nessa merda de lugar.


Não sabia direito o que havia acontecido naquele dia, nunca senti algo assim antes, mas de duas coisas eu tinha certeza, um ninguém poderia saber disso e dois eu não precisava mais temer aquela incitadora ela nunca mais iria me fazer mau.


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