segunda-feira, 28 de dezembro de 2015



Diário do Cinza ao Vermelho - Contos de fadas


Eu cresci sozinha em um quarto pequeno onde eu reunia tudo o que possuía, uma cama velha que já estava com um dos pés tão remendado que já presumia que iria dormir no chão em breve, um baú velho com o fecho quebrado onde guardava minhas roupas e um colar com uma pedra azul que foi deixado junto comigo aqui nesse lugar maldito.  Eu servia ao Lorde Simark Kang, um Tariano gordo e fedido, filho de Davik Kang o Senhor do Medo em Taris.

Esporadicamente eu fazia alguns trabalhos nas casas de outros aristocratas, estava juntando economias para me libertar, ou fugir, e voltar para Iridônia. Tanto faz... E assim eu levava a minha vidinha, servindo, sendo humilhada as vezes, e voltando para meu quarto a noite para a minha solidão.

Se havia algo que eu desejasse, mais que voltar para Iridônia e encontrar meus pais, era estar com Zaraki. Seu andar imponente fazia meu mundo parar, talvez fosse por sua altura incomum, ou seu olhar penetrante ele olhava para as coisas como se toda a atenção dele estivesse voltada para aquilo e nada mais, e eu amava quando ele olhava para mim, seus cabelos longos e negros, ele era um sonho, o meu sonho, mas eu sabia que ele nunca olharia para uma Monstra como eu.

No meu aniversário de 18 anos fui servir na casa dos Furhhlll, era aniversário do seu filho um dos amigos de Zaraki, e esse era o meu presente, poder estar perto dele. As garotas não perdiam tempo e orbitavam ele como planetas em volta de um sol, e ele era o meu sol.

Zaraki sorria para elas com toda atenção e carinho, dançava com elas e eu ali desejando ser uma delas, e aquela dor, aquele vazio só crescia dentro de mim, era como se falasse comigo: "Ele não liga para você, não se importa com você, nem sabe que você existe. Você é uma Monstra inútil tão inútil que até seus país te abandonaram”.

Engoli o choro e voltei para a cozinha, os empregados da casa já haviam terminado de servir eu ajudei a limpar tudo e fui dispensada em seguida, a festa estava terminado alguns convidados aguardavam para retornar a suas residências, tomei a liberdade de pegar um pedaço do bolo e levar para casa afinal de contas, também era meu aniversário. Quando cruzava os portões de saída um dos guardas me parou.

- Abra a mochila Zabrakiana! - Ele resmungou
- E por que eu faria isso? - Retruquei
- É uma ordem, os senhores não querem que nenhum dos empregados saia sem ser revistado.
- Está me acusando de roubo? Acha que eu roubei alguma coisa desses malditos? - Eu estendi a mochila para o guarda - Pode olhar!

Foi quando eu vi aquela garota, Barsi e nesse instante eu percebi que aquilo havia sido armado, ela não esqueceu o que eu fiz e já que ninguém acreditava nela e ela era covarde demais para me enfrentar sozinha, fez seu dinheiro agir.

- O que é isso? - O guarda tira o bolo da minha mochila.
- É um pedaço de bolo. Nunca tinha visto um antes?
- Levem-na imediatamente! - Ordenou o guarda.

Rapidamente fui cercada e apanhada pelos braços, eu me debatia de um lado para outro desesperadamente.

 - Me solta, eu não fiz nada para merecer isso! Por favor me solta.

Eu gritava, implorava, mas eles continuavam me segurando.

-Façam-na calar a boca, está chamado atenção desnecessariamente.

Os guardadas começaram a me bater, um murro atrás do outro, foi quando eu vi os olhos dela aquela garota maldita ela sorria de dentro da sua nave enquanto se afastava do local.  Sentia o ódio crescendo dentro de mim eu podia sentir como se a atmosfera estivesse mais densa palpável... moldável.  Eu poderia fazer aquilo, eu queria fazer aquilo ...eu iria mata-los!

- Parem com isso agora!

- Senhor Zaraki, não precisa se preocupar essa ladra será punida devidamente.
- Ladra? Por que a acusam disso?
- Encontramos isso em suas coisas.

Ele olhou para mim e as únicas coisas que senti foi vergonha e as lágrimas correndo pelo meu rosto.

- Isso é meu! - Ele disse.
- Seu? - E os guardas e eu pronunciamos em uni som.
- Sim meu, pedi a Sabraane que levasse o bolo para mim até minha nave, eu estava aguardando ela e quando vou procura-la encontro-a sendo espancada por vocês!
- Me perdoe senhor ...eu não sabia.
- Que isso não se repita! Vamos Sabraane.

Eu bati os braços para que me soltassem e caminhei junto a Zaraki até a sua nave, durante o percurso não dissemos uma só palavra e a atmosfera que estava densa se tornou leve novamente.

- Obrigada, senhor.
- Vamos, eu te levo para a sua casa. - Ele abriu a porta da nave.
- Não, eu posso ir sozinha, é melhor. O senhor já fez muito por mim me salvando pela segunda vez.
- Não posso deixar uma donzela indefesa sozinha á noite, pode ser perigoso.
- Perigoso para eles. - Eu sorri
- Você tem um lindo sorriso - ele acariciou meu rosto com as costas da mão - devia sorrir mais. 

Ele fechou a porta da nave e ordenou que partissem sem ele.

- Não vou deixar você ir sozinha, e nem pense em recusar.
E eu não iria, aquilo estava sendo incrível nunca havia ficado tão perto dele por tanto tempo.

- Então, não vai me dizer por que levou o bolo?
- É uma bobagem sem importância.

Ele olhou para mim erguendo uma das sobrancelhas, e eu não podia resistir aquele olhar.

- É meu aniversário. - Falei tímida.
- Seu aniversário! Que incrível! 
- Não, isso não é tão incrível assim. Não tenho ninguém me esperando para uma festa ou algo assim.
- Não seja por isso.

Ele passou por mim e entrou no meu quarto fechou a porta em seguida á abriu.

- Feliz aniversário! - Ele exclamou com alegria me fazendo sorrir como nunca.
- Você é sempre assim?
- Só com quem merece. Não vai me convidar para comer um pedaço de bolo?
- Quer comer um pedaço de bolo roubado?
- Adoraria, roubado é o meu sabor preferido.

Pedi que ele não se importasse com meus aposentos, afinal o banheiro dele deveria ser melhor que o meu quarto, mais uma vez ele sorriu e disse não se importar, eu divido o pedaço de bolo em dois pedaços e servi em pratos de barro que eu mesma fiz, sentamos na minha cama e comemos o bolo.

Conversamos a noite toda ele me contou sobre seus estudos, sua família, suas viagens, seus amigos e eu contei a ele sobre meus país o abandono, minha vida como escrava ... ele me olhava com tanta intensidade, nunca ninguém havia me olhado assim antes, eu estava rendida a ele. Foi quando um silêncio tomou conta de nós, nenhuma palavra foi dita apenas o som de nossas respirações.

- Você é linda!

As mãos dele seguraram meu rosto, seus lábios beijaram minha testa e então nossos lábios se encontraram e em seguida nossos corpos.  Ele me amou, me fez dele, me fez FELIZ

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