domingo, 10 de janeiro de 2016

Um Presente de Carvão...

Murik Abbot o Ladrão
Vivi os próximos anos construindo minha infâmia na cidade e aprendendo que confiar é para fracos e desesperados. Mas como todo aprendizado vem da experiência, assim também foi o meu. Aos 10 anos de idade eu tinha uma equipe de ladrões com meus amigos de rua, mas como toda criança tínhamos sonhos que para serem realizados precisávamos de muitos créditos. Tínhamos o alvo perfeito, o plano perfeito, os meios e os motivos para realizar o roubo de nossas vidas. O Alvo era um nobre arrogante da cidade, o plano era um mapa detalhado de todos os momentos em que a casa dele ficava completamente vazia. Tudo corria conforme o planejado quando algo sobrenatural envolveu o ambiente onde estávamos, uma névoa negra tomou conta do lugar e um vulto surgiu diante de mim sussurrando com uma voz amigável:

- A força é poderosa em você, deixe seus sentimentos te guiarem!
- Quem é você?
- Eu sou...

E dissipando junto com toda a névoa, um último eco:

- Seu futuuuuuuuro...

- AAAAAAAAARRRRRRRRGGGGGGGGGHHHHHHHH!!!!!!!!!!!

O grito foi ensurdecedor e súbito com um piscar de olhos, a sensação de fúria que envolveu meu ser extrapolou a barreira do que era normal pra mim. Raios saíram das minhas mãos e todos meus amigos foram mortos naquele instante. A medida que a fúria se acalmava, dava lugar ao medo, medo de ser pego, medo de ser morto, medo tamanho que me fez perder a noção da realidade e não notar a chegada de soldados. Sem forças pra me defender, fui preso e levado para algum lugar de Tatooine. Foi lá que descobri uma maneira de ainda ser como meu pai, já que foi a única coisa que a vida não tinha tirado de mim até então. Eu fugiria do cativeiro e entraria para o Império Mandalore, para ser um soldado de elite. Mas fugir não seria uma tarefa fácil, eu tinha uma ida à superfície por dia e era escoltado por dois guardas, então esperei. No dia que escolhi para fugir, foi como de costume e os guardas já se distraiam ao fazê-lo. Num ato de ira, ataquei os dois soldados com mordidas e furando seus olhos e como um desejo súbito, os matei.

- Essas duas mortes foram a 2ª desgraça da minha vida!

Consegui fugir e me esconder longe dali sobrevivendo sendo caçado, roubando e agora matando os que se colocavam em meu caminho, e as visões que eu tinha da sombra direcionavam cada vez mais minhas motivações.

- A conquista, o poder e o domínio!

Foram os cinco anos mais cruéis que passei, e que me fizeram ser o que sou hoje. Até o dia que finalmente consegui entrar no exército Mandalore, minha consciência me guiava para aquilo que eu queria ser, mas “algo” me levava para aquilo que eu deveria ser. Aos 15 anos de idade minha vida realmente começou e com ela ganhei um novo nome. S.E 13013 O primeiro ano de treinamento foi surpreendente, minha ganância por aquilo era tanta que eu excedia todas as expectativas dos treinadores que felizes com meu desempenho, me convocaram para a minha primeira missão.

- Atenção soldados, essa é uma missão de alto risco e vamos para o Planeta Dac, lar dos Mon Calamaris, invadir uma base altamente protegida e sua captura ou destruição são vitais para a expansão do Império Mandalore. Vocês têm ordens expressas para procurar e destruir. Alguma pergunta? -  Estão dispensados!

S.E 13013
Eu contemplei o fervor de batalha nos olhos de alguns e me deliciei com o cheiro do medo exalado por outros. A missão era simples, procurar e destruir. A invasão correu com sucesso e dominamos a área externa da base. Na parte interna um inimigo poderoso nos aguardava, entraram 3 pelotões com 50 homens em cada e eu estava no último a entrar. Ao andar pelos corredores frios do lugar, meu coração palpitava, mas minha respiração estava calma, ao avançar podia ver corpos de nossos aliados e a adrenalina aumentava a cada troca de sala, aos montes os corpos se encontravam nos corredores e por fim me vi sozinho, face a face com o mal e o contemplei.

- Huuuummmm, eu sinto a Força em você!
- Quem é você?
- Hahahahahaha, insolente! Curve-se diante de Lorde Shorr e trema diante de meu poder...
- Nunca!

E disparei meu rifle sem hesitação, mas a agilidade dele era fora do comum e com alguns passos que mal consegui notar, ele se aproximou de mim e me agarrou pelo pescoço sem me tocar e pude sentir o poder fluir dele pra mim, a dor se somou ao prazer e a adrenalina, liberando mais uma vez os raios de minhas mãos só que dessa vez com uma força incrivelmente maior. Os olhos do inimigo explodiram diante de mim e fazendo a visão da sombra me visitar mais uma vez, só que dessa vez a sombra tinha forma e a silhueta de um homem empunhando um sabre de luz e com uma presença familiar. Ao voltar a mim, vi o corpo esquartejado e eletrocutado do inimigo e uma aura negra me envolveu como um cobertor que aquece o frio, e pela primeira vez eu senti a força em mim. Sai de lá após destruir tudo e levando a cabeça como prêmio, voltei sozinho para a base em Tatooine. Chegando lá meus superiores ficaram satisfeitos com a missão cumprida, mas em seus olhos eu vi o horror e o medo que tanto me agradavam.

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